OBSESSÃO PELO TRABALHO ACABA SENDO A RAZÃO DE VIVER DE MUITOS PROFISSIONAIS
Você tem trocado o convívio de familiares e amigos pelas obrigações do trabalho? Costuma levar serviços do escritório para terminar em casa à noite ou nos finais de semana? Lazer e férias são palavras que não constam de seu dicionário? Cuidado, pois você pode estar se transformando num workaholic, pessoa que elege o trabalho como sua razão de viver, ao canalizar toda a energia para o exercício da profissão, sacrificando o lazer, a família e as relações pessoais. Se até há pouco tempo esse comportamento era bem aceito pelas empresas, hoje muitas delas estão chegando à conclusão de que a qualidade de vida de seu colaborador também é importante para seu bom desempenho profissional. Afinal, a pessoa deve saber administrar seu tempo e separar a vida profissional da pessoal. Virar a noite trabalhando já não é mais visto como eficiência, mas como sinal de desorganização. A consultora de recursos humanos e diretora da Contarh, Carla Limongi, lembra que o trabalhador compulsivo pode ter relacionamento com drogas e álcool. “A sociedade, de um modo geral, desaprova os viciados, mas aprova e admira quem trabalha muito”, afirma, lembrando que essa percepção está mudando aos poucos. Carla Limongi aponta vários motivos que levam as pessoas a canalizarem todas suas energias no trabalho, mas destaca a competitividade acirrada existente hoje no mercado globalizado, assim como a busca de poder, status e a realização profissional.
Muitas pessoas utilizam sua identidade profissional como um escudo que as protege dos conflitos emocionais e dos relacionamento pessoais. Geralmente os workaholics são pessoas mais racionais, que estabelecem contato mínimo com seus sentimentos e conflitos e, portanto, tendem a se tomar individualista.
Autodestruição
Normalmente o workaholic não relaxa, está constantemente preocupado com o trabalho. Sua maior dificuldade é estabelecer o limite entre o prazer na atividade em que está desempenhando e o caminho da autodestruição. Esse processo pode desencadear o estresse, isolamento, doenças cardíacas, úlceras e muitas outras conseqüências que, a médio e longo prazos, podem destruir uma carreira profissional promissora. Por isso, a busca do equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal é fundamental.
Nos dias atuais, um novo questionamento tem sido feito pêlos especialistas em recursos humanos. Onde fica a qualidade de vida de quem tem compulsão pelo trabalho? A análise passa pelo entendimento de que um profissional, para utilizar toda sua potencialidade e capacidade criativa, necessita estar equilibrado em suas relações pessoais, sociais e culturais. O trabalho é muito importante na vida de qualquer pessoa, pode ser gratificante e enriquecedor, mas não pode representar tudo. “Se o trabalho estiver ocupando todo seu tempo, vale a pena fazer uma pausa para reflexão, verificar se as pessoas que gostam de você estão sendo afetadas negativamente e tentar encontrar uma saída para o problema, se preciso for buscar ajuda especializada”, ressalta Carla Limongi.
Confira as recomendações para melhorar a vida e o desempenho profissional
1. Certas pessoas produzem mais pela manha, outras à tarde e algumas à noite. O melhor é não contrariar o relógio biológico. Descubra seu horário mais produtivo e tente executaras tarefas mais importantes nesse período. Nas horas menos produtivas, aproveite para retornar ligações ou lera correspondência.
2. Vivera noite trabalhando já não é visto pelas -empresas como eficiência, mas como sinal de desorganização.Trabalhar menos horas diminui 9 cansaço e faz bem à sua carreira.
3. Tente o possível para não sobrecarregar sua agenda. Marque reuniões ou participe delas apenas se forem importantes. Não marque mais compromissos do que você possa cumprir.
4. Cumpra seu horário, não tente sair mais tarde se não for extremamente necessário.
5. Programe-se para não; ter de parar no meio de uma tarefa iniciada e que ainda não terminou.
6. Reunião é uma atividade estressante. Evite agendar mais de uma por dia.