A Comissão tem como objetivo fazer um diagnóstico da situação das obras inacabadas e paralisadas no Brasil e foi instalada na ultima terça-feira (11), na Câmara dos Deputados em Brasília, onde a deputada Flávia Morais (PDT) apresentou o plano de trabalho aos colegas deputados
O plano contém as linhas de atuação da comissão. Ele inclui a realização de audiências públicas, apresentação de propostas para aprimorar a legislação sobre o assunto e visitas a obras nos estados. O colegiado conta com 19 parlamentares.
“Precisamos trazer uma solução para essa questão que, infelizmente, atinge a todos os municípios e todos os estados de uma forma até epidêmica”, disse Flávia Morais.
O foco de trabalho é o aperfeiçoamento normativo das obras executadas com recursos federais, no todo ou em parte. Em sua maioria, empreendimentos feitos por meio de convênio com estados e municípios.
Somente no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) existem 3.160 obras paralisadas (os contratos estão vigentes, mas parados por algum motivo) ou inacabadas (os contratos já acabaram e as obras não foram entregues) desde 2007 – quase 18% da carteira de projetos do órgão.
Os dados foram apresentados à comissão pela diretora de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais do FNDE (MEC), Flávia de Holanda Schmidt que participou da instalação da comissão e trouxe dados interessantes sobre as obras no Ministério da Educação:
- Obras concluídas são 11.403 – 64,3%
- Etapas iniciais são 351 – 2%
- Em execução são 2.466 – 13,9%
- Paralisadas são 804 – 4,5%
- Inacabadas são 2.356 – 13,3%
- Em reformulação são 55 – 0,3%
Flávia de Holanda afirmou que as causas para a interrupção das obras variam, e incluem falta de repasse de recursos em tempo hábil e projetos inadequados. Fez questão de falar sobre as medidas que estão em curso para que não aumente o número e ajude a solucionar os problemas das obras que estão paralisadas no país:
- Mudanças internas no MEC, mudando o desenho das parcerias, gerando com isso mais transparências e dialogo em relação às necessidades dos entes que receberão as obras.
- Encontros regionais de assistência técnica.
- Pesquisa e debates ampliados sobre as causas e soluções, com dados, informações e evidências.
- Definições de ações prioritárias para que novos ciclos de investimento governamental não deixem legados de mais obras paralisadas e inacabadas.
- Disponibilizar novos projetos construtivos verticalizados, adequados às realidades locais por meio de parcerias.
- Aperfeiçoamento do modelo de monitoramento.
- Capacitação dos entes para maior efetividade.
- Diálogo com os órgãos de controle fiscal.
“Acho inadmissível que em 2023 o País comece um novo ciclo de investimento e a se deixe mais uma vez obras paralisadas e inacabadas como a gente tem desde 2007”, disse Schmidt.
Cadastro
A coordenadora da comissão externa sugeriu algumas mudanças legais. Entre elas, obrigar os estados e municípios a incluírem todas as obras feitas com recursos federais no Cadastro Integrado de Projeto de Investimento (CIPI), banco de dados eletrônico do governo que permite conhecer a localização dos investimentos e ter uma visão sobre a situação deles.
Flávia Morais também defendeu a aprovação do Projeto de Lei 2633/21, do deputado licenciado Ricardo Barros (PR). O texto é voltado especificamente para as obras sob gestão do FNDE, e cria condições para a retomada das inacabadas. A proposta foi aprovada na Câmara e está em análise no Senado.
Outros parlamentares defenderam o tratamento diferenciado dos estados e municípios, dependendo do nível de desenvolvimento ou localização. “O custo para uma obra na cidade de Eirunepé [AM], por exemplo, não é o mesmo de um município no interior do estado de São Paulo”, disse o deputado Amom Mandel (Cidadania-AM).
O deputado Luiz Carlos Busato (União-RS) propôs projetos diferentes por região. “A obra no Amazonas, que tem o clima quente, não pode ser igual à do Rio Grande do Sul, que temos frio, muitos municípios até nevam”, disse. O assunto também foi defendido pela deputada Professora Goreth (PDT-AP).
Medida provisória
O governo federal deverá editar nos próximos dias uma medida provisória para permitir a retomada de obras paradas em todo o País, em especial na educação. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, que nesta semana foi ouvido na Câmara. (Jornalista Jeová Lopes e Agência Câmara Notícias)
Uma resposta
Parabéns Deputada vc e Dr. George estao fazendo um excelente trabalho.